O rádio é um dos 3 ossos principais do cotovelo (úmero, ulna e rádio). A sua cabeça é uma estrutura muito importante, pois até 60% do peso do corpo pode passar por ela e também contribui para a estabilidade do cotovelo. É a fratura mais comum do cotovelo do adulto (30%), ocorrendo principalmente dos 20-60 anos. É duas vezes mais frequente em mulheres. O mecanismo de trauma geralmente é uma queda sobre a mão espalmada.
Ao exame físico podemos observar inchaço local, dor a palpação da cabeça do rádio, estalido com a rotação do antebraço e dificuldade/incapacidade de dobrar e esticar totalmente o cotovelo. Devemos palpar outras regiões do cotovelo, como o epicôndilo lateral e medial buscando lesões associadas, uma vez que elas ocorrem em até um terço dos casos. Sempre devemos avaliar o punho, pois em raros casos pode ter uma lesão grave da membrana interóssea chamada essex-lopresti.
O exame de imagem inicial é a radiografia de frente, perfil e incidência para radiocapitelar (Greenspam). Geralmente essas fraturas tem um desvio mínimo e são isoladas. Em alguns casos de fraturas mais complexas é necessário realizar uma tomografia para avaliar as lesões associadas.
O tratamento das fraturas sem desvio/com pouco desvio da cabeça do rádio é conservador. Realizamos a imobilização com tala para conforto do paciente por um período curto e após realizamos a movimentação ativa com uso de tipóia entre os exercícios. Deve-se fazer um acompanhamento de perto para observar desvio da fratura. Pode-se realizar atividade leve e sem carga nesse período inicial.
As complicações do tratamento conservador são principalmente relacionados a rigidez, sendo comum a perda de um certo grau de extensão do cotovelo. Outro problema bastante comum é a artrose (desgaste da cartilagem articular), chegando a acontecer em até 80% dos casos.
A única indicação absoluta de tratamento cirúrgico é uma fratura com desvio e com bloqueio do movimento de rotação do antebraço. As outras indicações são fratura cominuta, com grande desvio, acometimento acima de 30% da superfície articular, corpo livre intra-articular, fratura exposta e fratura associada a instabilidade do cotovelo.
Existem diversas formas de tratamento cirúrgico para essa fratura: fixação com parafusos, placa + parafusos, prótese da cabeça do rádio, ressecção total ou parcial da cabeça do rádio. A técnica cirúrgica depende do seu tipo de fratura e deve ser conversado com o seu cirurgião.
O pós-operatório da cirurgia deve ser feito baseado no tipo de fixação e nas lesões associadas.
Infelizmente, como em todas as cirurgias, tem um pequenos risco de complicações: ossificação heterotópica, instabilidade do cotovelo, déficit neurológico (interósseo posterior), necrose, pseudartrose, Infecção e diminuição do arco de movimento.
Perguntas frequentes:
É comum ter perda do arco de movimento devido a osteossíntese/artroplastia da cabeça do rádio?
Geralmente é comum ter um bom arco de movimento tanto após o tratamento conservador como no cirúrgico das fraturas da cabeça do rádio. Pode ocorrer a perda de alguns graus de extensão do cotovelo. Sempre depende da gravidade da fratura e das lesões associadas.
É comum ter perda de força e arco de movimento devido a prótese de cabeça do rádio?
Pode ocorrer a perda de 10-20% da força e 10-20 graus de movimentação do cotovelo. Depende muito da reabilitação realizada após o tratamento cirúrgico.